O amor pode ser uma bomba, não é mesmo? E nem estou falando de relacionamentos amorosos complicados, mas sim de relações no trabalho que começam doces como um chocolate, mas com o tempo vão se mostrando mais azedas do que um limão. Se você ainda não conhece o love bombing, chegou o momento.
Com direito também a uma lista especial de influenciadores e muito mais, o GiroRH de hoje chegou:
Amor explosivo
Você já ouviu falar no termo love bombing? Mais comum do que se imagina em ambiente corporativo, ele nada mais é, conforme explicado por Rennan Vilar, diretor de Pessoas e Cultura do Grupo TODOS Internacional, do que “uma prática que pode parecer, a princípio, inofensiva, e que dá a sensação de um ambiente extremamente acolhedor. Mas, com o tempo, os profissionais podem perceber uma relação desequilibrada, em que o excesso de agrados vem acompanhado de cobranças exageradas e expectativas irreais”. Você já teve a sensação de tudo parecer bom demais para ser verdade? É mais ou menos por aí.
De acordo com Vilar, o apreço ilusório pode ser caracterizado por alguns sinais de alerta que podem estar bastante presentes em seu trabalho – e também fora dele –, caro leitor e cara leitora. Destacam-se:
- Elogios em excesso;
- Promessas de crescimento rápido, mesmo que os arredores deixem bem claro que isso está fora de realidade;
- Gestão bipolar: em um momento, está feliz e de bem com todos, em outro, no entanto, vira o cão chupando manga – azeda, por sinal.
- Problemas para os colaboradores equilibrarem o seu tempo de trabalho com a vida pessoal, o que pode acarretar em Burnout e numa cultura nada bem-vinda de sobrecarga.
Para que os incentivos não saiam do saudável para os boletins de ocorrência, o diretor salienta a importância de uma cultura organizacional poderosa e com participação ativa do RH. “Um RH bem estruturado deve atuar como guardião da cultura organizacional, garantindo que as práticas de gestão sejam saudáveis e benéficas para todos”, diz.
Vilar inclui algumas dicas para isso:
- Capacitar a liderança para que limites não sejam quebrados e as relações em ambiente de trabalho se desenvolvam de forma saudável;
- Políticas claras e transparentes de reconhecimento e recompensa – nada de iludir o colega, viu?
- Canais de comunicação e denúncias, para que o colaborador possa, sempre com segurança, expor situações de incômodo;
- Monitoramento do clima organizacional – é bonito ter uma cultura incrível no papel, mas ela precisa ser levada à prática e monitorada.
Burnout e os direitos trabalhistas
Se por a caso o love bombing – ou qualquer outra c*gada na cultura de sua empresa – te levou ao Burnout, não se esqueça de dois pontos de muita importância:
1 – A síndrome não é frescura e tampouco sinal de fraqueza, uma vez que ambientes de sobrecarga, pressão e pouco saudáveis são responsáveis por tornar o burnout realidade na rotina de 30% dos profissionais brasileiros, segundo dados da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt) – você já deve ter visto este dado aqui no RH Pra Você, mas já parou para pensar no quanto é impactante ⅓ dos trabalhadores do país passarem por isso?
2 – Você tem direitos previstos em lei. Quem explica quais são é a advogada e consultora jurídica Lorrana Gomes:
- Por ser uma doença ocupacional, o Burnout permite que o trabalhador se afaste de forma remunerada, mediante atestado dos primeiros 15 dias. Superando a quinzena, é seu direito o recebimento do auxílio-doença e recolhimento do FGTS durante o período.
- Estabilidade empregatícia de 12 meses;
- Possibilidade de pedido de indenização – porém, a Justiça do Trabalho tem critérios a serem analisados para decidir se haverá a indenização e o valor, como pressão física ou psicológica, humilhação pública ou privada, entre outros, grau de culpa, etc.
- Solicitação de rescisão indireta do contrato de trabalho, com base em faltas graves cometidas pelo empregador. Exemplos: acúmulo de responsabilidade, assédio moral, perseguição, entre outras.
Segundo Suzie Clavery, CHRO Latam da TotalPass, para que o Burnout seja combatido no ambiente de trabalho, é essencial que as organizações entendam a sua responsabilidade.
“É fundamental entender que a responsabilidade das empresas em relação ao burnout começa pela prevenção. Cuidar da saúde mental no trabalho vai muito além de ações isoladas. É sobre construir, junto com os times, uma cultura onde as pessoas realmente se sintam valorizadas e protegidas. Isso passa por respeitar a diferença da vida pessoal e profissional de cada indivíduo, prevenir sobrecargas, preparar lideranças para encontrar o equilíbrio para os times e abrir espaço para conversas reais sobre temas como Burnout e depressão.
Educação corporativa
Durante o SXSW (South by Southwest) 2025, considerado um dos maiores eventos de inovação do mundo, especialistas e líderes compartilharam visões inovadoras que prometem redesenhar o futuro da educação e impactar o cenário atual. Sara Hughes, fundadora da Scaffold Education – empresa de tecnologia aplicada à aprendizagem corporativa – acompanhou de perto os debates e compartilha algumas das tendências que irão moldar o futuro quando o assunto é educação e mercado de trabalho.
A primeira delas diz respeito ao lifelong learning, que segundo ela, “já é uma realidade e ganhará força”. De acordo com a executiva, com o ritmo acelerado das mudanças tecnológicas, vem também a necessidade de promover o aprendizado contínuo e a adaptabilidade a diferentes contextos. Isso significa que é essencial que as organizações invistam em programas de desenvolvimento que incentivem a curiosidade e a capacidade de trabalhar em colaboração com a inteligência artificial, por exemplo.
Outro destaque é o aprimoramento das habilidades sociais. No futuro, as tecnologias poderão não apenas capturar nossas palavras, mas representar visualmente nossos pensamentos, permitindo interações mais eficazes e colaborativas, contudo, as habilidades sociais continuarão em alta e devem ganhar mais importância no mercado.
“Para que haja um ambiente rico e saudável, precisamos pensar na saúde física, emocional e também social. Empresas e pessoas, precisam ser mais intencionais em relação às conexões humanas a fim de criar um ambiente propício para a troca de ideias”, diz Sara. Além disso, respeitar os aspectos éticos e novas regulamentações que deverão surgir, será fundamental para obter resultados positivos no uso de novas tecnologias.
Oportunidades abertas
O Grupo HEINEKEN, uma das maiores cervejarias do mundo, anuncia a abertura das inscrições para o Global Graduate Program, seu programa global de trainee que chega ao Brasil pela primeira vez e conta com salário inicial de R$8,5 mil. A iniciativa reforça o compromisso da companhia em identificar e desenvolver jovens talentos para futuras posições de liderança em um cenário global.
O programa tem duração de um ano e meio, com três fases de desenvolvimento, cada uma com seis meses de duração. Nos primeiros seis meses, os selecionados construirão uma base sólida na área escolhida. Na segunda fase, passarão por um job rotation, alocados em uma área correlata ou subárea, ampliando sua perspectiva e compreensão dos diversos setores do negócio e de como eles se conectam. O terceiro e último bloco será dedicado à experiência internacional.
Após as rotações, os próximos 18 meses serão dedicados a uma função de liderança dentro da HEINEKEN Brasil. Os pré-requisitos incluem fluência em inglês, devido à exigência de mobilidade global. Além disso, o candidato deve ter concluído a graduação em cursos correlatos à área de escolha a partir de dezembro de 2023.
Saúde mental com quem conhece
Como o GiroRH de hoje trouxe pautas importantes referentes à saúde mental, nada melhor do que aprofundar o conhecimento com pessoas que entendem – e muito – do assunto.
Criamos uma lista com 8 influenciadores do LinkedIn que você não pode deixar de seguir para ter acesso às principais dicas, discussões, experiências e muito mais sobre o debate emocional dentro e fora do ambiente de trabalho.
1 – Eymi Rocha – Psicóloga e especialista em burnout, Eymi dedica sua atuação ao cuidado com a saúde emocional de profissionais e equipes. Com uma abordagem acolhedora e prática, ela promove conversas francas sobre esgotamento, autoestima e bem-estar no trabalho.
2 – Tatiana Pimenta – Fundadora e CEO da Vittude, empresa que desenvolve programas de saúde mental corporativos, produz conteúdos sobre produção de conteúdo sobre saúde mental, qualidade de vida, equilíbrio, modelos de trabalho, liderança e empreendedorismo.
3 – Arthur Lima – Cofundador da AfroSaúde, Arthur é um dos principais nomes quando se fala em saúde com recorte racial no Brasil. Com mestrado em Saúde, Ambiente e Trabalho pela UFBA, ele atua na criação de soluções inovadoras e inclusivas para ampliar o acesso a cuidados médicos de qualidade.
4 – Izabella Camargo – Vencedora do iBest na categoria influencer de RH pelo segundo ano consecutivo, a jornalista, palestrante e escritora se destaca, principalmente, pelos EPIs da Saúde Mental e pelo letramento em temas como saúde mental, burnout, entre outros.
5 – Simone Nascimento – Ao longo de quase 25 anos dedicados à medicina, desenvolveu uma trajetória que se desdobra em diferentes frentes de atuação. A TopVoice é mentora de saúde mental e carreira, sempre com o foco de levar qualidade de vida e equilíbrio aos mentorados.
6 – Daiana Garbin – Junto às organizações, tem o propósito de levar às pessoas a importância do autoconhecimento e do autocuidado. Com livros publicados, a saúde mental é uma de suas principais pautas.
7 – Roberto Publio – Com experiências de liderança em diversas áreas e em grandes empresas, o escritor e mentor de carreiras é especialista em psicologia positiva e futuro do trabalho.
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Por Bruno Piai