A adoção de uma cultura organizacional forte se torna cada vez mais relevante para as empresas que desejam atrair – e manter – talentos. Mesa de bilhar, videogames e lanchinhos à tarde não são mais diferenciais corporativos para os profissionais no Brasil. Segundo a pesquisa “Cultura e Inovação nas Empresas” da VCRP, em parceria com a Opinion Box, 72% dos entrevistados estão em busca de flexibilidade e capacitação, mas só 1 em cada 4 empresas oferece. O estudo revelou também que 50% dos profissionais enxergam uma cultura fraca ou inexistente na empresa em que atuam, enquanto 68% afirmam que a percepção de cultura forte influencia sua decisão de aceitar uma oferta.
No entanto, algumas empresas encontram desafios para a construção e manutenção de uma cultura forte, como a rotatividade de colaboradores e a lacuna entre a percepção do líder e do liderado sobre a preocupação das companhias em relação à cultura. Segundo o levantamento, a maior parte dos colaboradores afirma que não houve mudanças em suas empresas: 51% acreditam que a preocupação se manteve a mesma. Esse percentual é ainda maior entre os liderados (54%) e entre pessoas que não sabem os valores da sua empresa (66%).
“Se há uma discrepância entre a percepção do líder e do liderado sobre as atividades e atuações da empresa, a gestão não está conduzindo um trabalho inspiracional. A liderança é a maior guardiã da cultura e tem um papel fundamental no desenvolvimento e na preservação da cultura, tanto nas atitudes diárias quanto na comunicação clara e transparente com o time. É preciso olhar para a cultura corporativa como alicerce para o crescimento de um negócio sustentável”, diz Ludmilla Amaral, CEO da VCRP.
De acordo com o estudo, os maiores lapsos estão na ausência de líderes inspiradores, sinônimo de cultura forte para 55% dos respondentes, mas presente apenas em 29% das empresas. A ausência de lideranças que motivam e dão exemplo afeta 74% dos profissionais. A mesma situação se repete no tema da falta de comunicação transparente, fundamental para 60% dos trabalhadores ouvidos e realidade somente em 36% das organizações.
A pesquisa revelou também uma forte correlação entre cultura organizacional e sucesso em inovação: empresas com cultura forte são 3 vezes mais propensas a ter resultados positivos em projetos de inovação. A percepção dos profissionais, porém, é de que as empresas nacionais são pouco inovadoras (87%).
Entre as principais barreiras identificadas pelos profissionais na hora de inovar estão: falta de alinhamento entre líderes e equipes (68%); Medo de errar e punições por tentativas frustradas (55%); e Burocracia interna e hierarquias rígidas (49%).
“Sem uma cultura que ouse testar, errar e acertar, a inovação se torna apenas discurso. Apesar da inovação ser vista pela alta liderança como um diferencial competitivo, a maioria das organizações ainda não tem políticas que atendam às principais expectativas de seus profissionais. Quando tratada como algo pontual, a inovação perde força; como estratégia, ela impulsiona a adaptação, o crescimento e a diferenciação real no mercado”, diz Vinicius Cordoni, fundador da VCRP.
Para 77% dos respondentes a inovação nas empresas é essencial para a construção de uma boa cultura. Outros pontos de diferença entre expectativa e realidade são o estímulo à criatividade, esperado por 66% dos profissionais e vivenciado apenas por 40%, e as capacitações em temas como IA, esperadas por 52% do público ouvido e presente apenas em 28% das companhias.
“Com uma base de mais de mil pessoas ouvidas em território nacional, os resultados apresentam uma discrepância significativa entre o que os trabalhadores percebem como elementos essenciais para uma cultura empresarial forte e inovadora com o que é encontrado no dia a dia nas empresas em que atuam”, comenta Felipe Schepers, COO e Co-Founder da Opinion Box.