Hoje, 10 de outubro, é o Dia Mundial da Saúde Mental, tema que tem se tornado cada vez mais importante nas discussões sobre bem-estar no local de trabalho. No entanto, apesar dos alertas sobre questões como burnout e o vício em trabalho, os níveis de estresse continuam alarmantes. Segundo o Relatório Global de Bem-Estar no Trabalho de 2024 do Indeed, quase 60% dos colaboradores se sentem estressados na maior parte do tempo e apenas um em cada cinco entrevistados sente que está prosperando no trabalho.
Os níveis de estresse entre os colaboradores ainda não retornaram aos índices pré-pandemia. Além disso, a pesquisa destacou lacunas importantes nas necessidades dos trabalhadores que muitas empresas não estão atendendo adequadamente. Os principais aspectos sociais identificados como determinantes para o bem-estar no trabalho foram: senso de pertencimento, inclusão e os níveis de energia, considerados essenciais para a satisfação e a saúde mental.
“O bem-estar no ambiente de trabalho se tornou um fator decisivo para atrair candidatos e garantir o engajamento a longo prazo dos trabalhadores. O lugar onde passamos a maior parte do nosso tempo não deve ser uma fonte de problemas de saúde que podem se estender além do próprio trabalho”, afirma Lucas Rizzardo, Diretor de Vendas do Indeed no Brasil.
No Brasil, o propósito foi destacado como o principal indicador de bem-estar no trabalho, seguido pela satisfação, felicidade e ausência de estresse. Entre os fatores sociais, os entrevistados classificaram inclusão, energia e pertencimento como prioridades, nessa ordem.
Uso de medicação
Um estudo da The School of Life, em parceria com a Robert Half, mapeou que 18,2% de um grupo de 387 líderes do Brasil e 21,43% de um total de 387 liderados do país têm feito uso de alguma medicação psicofarmacológica para aliviar sintomas de ansiedade, dormir melhor e/ou aumentar a produtividade, entre outros motivos.
A 5ª edição da Pesquisa Inteligência Emocional e Saúde Mental no Ambiente de Trabalho mapeou, ainda, que mais de 40% dos profissionais têm enfrentado problemas com saúde mental, entre os quais estão os que receberam diagnóstico médico de estresse, burnout ou ansiedade, além daqueles que não passaram por avaliação clínica, mas se sentem emocionalmente abalados.
“Ano após ano nós conseguimos observar como a saúde mental tem sido cada vez mais levada a sério nas empresas. Mas a pesquisa ainda surpreende por mostrar que metade delas não dispõe de recursos estruturados para lidar com o tema. Precisamos entender que saúde mental não é apenas uma responsabilidade individual, mas é algo que emerge de todo o ecossistema de trabalho. O cuidado com pessoas deve ser uma questão de cultura, não apenas de esforços isolados. É difícil atingir isso sem que haja um projeto contínuo e estruturado de promoção à saúde mental”, explica Guilherme Spadini, psiquiatra, professor e head de psicoterapia na The School of Life.
Colab:
– Saúde mental no trabalho é prioridade
– Benefícios da arte para a saúde mental dos colaboradores
Equilíbrio entre vida pessoal e profissional
Existem várias maneiras de melhorar a qualidade de vida no trabalho, como construir amizades e ter interações que vão além das discussões profissionais, por exemplo. Essas conexões podem ajudar os colaboradores a se sentirem mais à vontade para compartilhar ideias e expressar sua personalidade.
Para manter um equilíbrio saudável entre vida pessoal e profissional e reduzir o estresse, a principal recomendação é realizar atividades fora do horário de expediente. Os hobbies podem ajudar a desenvolver novas habilidades e expandir o networking. Seja pintando, fazendo trilhas ou tocando um instrumento, os passatempos permitem que os trabalhadores relaxem e construam resiliência. Além disso, esportes podem desenvolver a colaboração em equipe e habilidades de liderança. Aprender a jogar xadrez, por exemplo, pode aprimorar o pensamento estratégico.
“Quando as pessoas se sentem inspiradas e motivadas, a energia e a produtividade aumentam, e a saúde mental deve ser considerada uma prioridade neste contexto. O debate sobre o bem-estar no trabalho precisa ser acompanhado por ações concretas que realmente beneficiem os colaboradores, e criar ambientes onde se sintam bem-vindos é o primeiro ponto para garantir a segurança emocional no ambiente profissional”, conclui o Diretor de Vendas do Indeed no Brasil.
Por Redação