Só leia caso tenha as atitudes necessárias para ser, ou queira ser, um líder de pessoas com alta performance.

Desculpa, mas eu preciso te lembrar que suas atitudes também fazem toda a diferença.

Desprezamos manuais, não lemos as bulas, deixamos para lá “as letras miúdas” dos contratos, no geral, queremos alcançar os objetivos e bem rápido, na verdade super rápido, mas não gostamos de cumprir rotinas e etapas, sem precisar rever as nossas atitudes. Não gostamos dos processos. Será que queremos alcançar a velocidade das máquinas, buscando super produtividades não só nas empresas, mas também nos seus indivíduos?

Tudo bem primar por praticidades, mas como fica a execução da liderança nisso tudo? Em qual tempo e como vamos cuidar das pessoas?

Por mais que a evolução permita ao humano melhorar constantemente, não acredito que queiramos ser mais rápidos e previsíveis quanto as máquinas. Além disso, também não desejamos ser tratados friamente como robôs.

Com o advento da pandemia, todos os liderados esperam muito mais das políticas organizacionais e dos seus líderes. Isso mesmo, esperam mais, adicionalmente mais. Eles estão olhando para tudo o que está acontecendo, observadores, atentos e cada vez mais críticos.

Que tal fazer um checkup das suas atitudes? Use a lista abaixa e avalie como você está.

Segredos para liderar em novos tempos

  • Faço o que prego. Seu crachá não vale tanto quanto você acredita. Sua consistência e persuasão sim. Mostre convergência entre o que fala e faz. Também entre o dia a dia pessoal com o profissional.
  • Sou emocionalmente estável. Na posição de líder essa é uma questão qualificadora. Antes de tudo, tem que controlar suas emoções e saber cuidar de você mesmo (care of yourself).
  • Não subestimo meus liderados. Eles estão muito mais bem informados do que imagina. Em algumas questões, certamente mais preparados do que você, independentemente do cargo, idade e experiências que tenham.
  • Promovo a diversidade. Não faça integrações apenas, faça inclusões verdadeiras.
  • Individualizo minha liderança. Perceba o que é importante para cada um e ajude-os nisso. Certamente, dá trabalho, mas não funciona mais uma liderança linear.

Ainda:

  • Foco nos talentos individuais da equipe. Exalte os talentos das pessoas e não foque em lembrá-los o tempo todo no que precisam melhorar. Em momentos específicos elenque as oportunidades de melhoria que você identifica, mas não queira mais do que a própria pessoa melhorar determinadas habilidades nela.
  • Comunico o sonho de “longo prazo”. Para superar os problemas, as inseguranças, as adversidades inevitáveis, o cansaço, só com uma perspectiva clara e mais relevante à frente.
  • Dou-lhes propósitos e não apenas metas. Explique os porquês intangíveis dos objetivos e metas. “Emocionalize” a jornada. Sabe aquela ideia de ir direto ao ponto? Não engaja. Precisa contar histórias e inserir o liderado em contextos, de preferência, fazendo-os protagonistas.
  • Sou otimista e nunca me vitimizo. Mas não confunda com irresponsabilidades, loucuras e ansiedades. O otimista é accountable, foca na solução, corajoso e resiliente.
  • Reafirmo as prioridades e as premissas constantemente. Deixe claro os pontos focais de cada objetivo, assim como as regras e parâmetros associados.
  • Combino e faço acordos. Dessa forma você aumenta e muito a confiança mútua e pode diminuir a necessidade de monitoramentos.
  • Sou acessível. O mundo está fluido. A vida circula pelas redes sociais. Não se esconda. E quando seus liderados vierem falar com você, abaixe a tela do computador, guarde a caneta, tira os fones de ouvido, silencie o celular, guarde seus paradigmas “na gaveta” e sente-se de frente para eles, olhando em seus olhos. Escute, sem pressa para responder e sem julgar.

E mais:

  • Foco menos no tradicional feedback e “bato mais papos”. Converse sobre pontos de vista. Fale 50% e ouça 50%. Não domine o diálogo, nem a relação. Feedback não é um processo de convencimento. É um processo de compartilhamento sobre percepções. Uma oportunidade de análise mútua. Aceita quem quer e puder.
  • Compartilho minhas vulnerabilidades. Mostre-se confiante, empenhado e competente, mas não infalível e perfeito. Comente sobre o que já teve que superar e quais situações ainda o deixam com “frio na barriga”.
  • Peço sugestões.
  • Apoio o desenvolvimento. Com tempo, orientações ou recursos. De alguma forma os apoiem na busca pelo conhecimento e melhoria.
  • Tolero os erros honestos. Aqueles erros sem intenção. Erros oriundos dos processos de inovação e ou pela busca da melhoria contínua.
  • Não tolero desonestidades. Principalmente em prol de resultados inclusive. Não mantenha na equipe pessoas com moral duvidosa.
  • Tomo decisões.

Para finalizar:

  • Meço o desempenho, mas considero o empenho. As pessoas também querem ser valorizadas pelo comprometimento no dia a dia, já que alguns resultados não são alcançados por questões fora das suas autonomias.
  • Dou os créditos. Não compita com o próprio time.
  • Reconheço-os. Ok, ainda vale o tapinha nas costas e a exposição positiva diante dos outros, mas eles esperam algo concreto e tangível também.
  • Apoio a Celebração. Incentive a felicidade e diversão em meio ao trabalho sério e duro. Afinal, a vida é integrada, única.
  • Preocupo-me com o impacto social. Seus liderados querem compor algo amplo, convergente e conectado ao social. Mostre para eles que você também. Se os pontos acima estiverem ok quando somados a esse, mais do que liderados, você ganhará fãs. Uma relação de reciprocidade inabalável, que diante de tantas complexidades e mudanças é algo de valor inestimável.

“Alguém que tem o poder de influenciar outros é um líder”. Chuck Swindoll

Por Aline Sueth, é palestrante, mentora e diretora de gente e gestão do Grupo Elfa. É uma das colunistas do RH Pra Você. O conteúdo dessa coluna representa a opinião da colunista. Foto: Divulgação.