A inteligência artificial tem sido amplamente implementada para impulsionar a produtividade, e os resultados comprovam sua eficiência. Segundo dados da PwC, os setores mais expostos à IA, como serviços financeiros e de TI, possuem 4,8% mais produtividade do que aqueles que não a utilizam com tanta frequência.
Devido aos avanços tecnológicos, mudanças na economia e novas demandas da sociedade, o mercado está passando por um momento de requalificação da força de trabalho, no qual algumas profissões estão se tornando menos relevantes ou até desaparecendo, enquanto novas carreiras surgem e se tornam altamente valorizadas. Esse cenário exige um movimento de upskilling (aprimoramento de habilidades) e reskilling (requalificação para novas funções), que pode ocorrer, por exemplo, por meio de treinamentos internos oferecidos pelas empresas, busca por mais conhecimento por parte dos profissionais e atualização das grades curriculares das instituições de ensino.
Outro fator importante é a resistência à mudança, que implica no pouco aproveitamento das ferramentas de IA, e, consequentemente, prejudica a produtividade. O índice de relacionamento com o trabalho da HP Inc. revelou que 31% dos trabalhadores brasileiros alegam que suas empresas não oferecem capacitação suficiente para dominar a tecnologia. O medo de ser substituído pela IA é um dos motivos da falta de investimento educacional. Já uma pesquisa da Cisco aponta que 82% dos CEOs têm consciência dos benefícios da IA, mas 74% acreditam que aumentar as habilidades tecnológicas para usar a ferramenta os impedem de mostrar competência em sua função como tomador de decisão.
Porém, se aplicada da maneira correta, a IA automatiza funções manuais para que os colaboradores foquem em atividades que exigem pensamento estratégico, criatividade e habilidades interpessoais, abrindo diversas oportunidades de evolução no trabalho. Um exemplo disso é a profissão de designer: antes, entre as principais atividades desses profissionais estava a criação de layouts do zero, com edição manual de imagens e ajuste de elementos visuais. Agora, programas de IA geram imagens e sugestões de maneira rápida e efetiva, permitindo que os designers se concentrem na direção criativa, personalização e storytelling visual, otimizando tempo. Dessa forma, eles conseguem gerar mais resultados em menos tempo, o que leva a um aumento na produtividade.
A IA também contribui para processos criativos ao analisar os conteúdos apresentados e oferecer novas perspectivas. Com isso, a tecnologia aprimora as sessões de brainstorming, reduzindo a necessidade de etapas adicionais na pré-produção. Essa capacidade impulsiona a produtividade em diversos setores e aplicações.
Portanto, podemos afirmar que que a inteligência artificial está transformando o mercado de trabalho, trazendo tanto benefícios quanto desafios. Enquanto algumas funções são otimizadas, outras precisam se adaptar e superar obstáculos. Por isso, reforço que seu impacto não depende apenas da tecnologia em si, mas também de como empresas e profissionais se preparam para esse novo cenário protagonizado por ela.
Gustavo Caetano é fundador da Samba, especialista em soluções digitais simples, inteligentes e eficazes que impactam significativamente os resultados, proporcionam vantagens competitivas e perpetuam com maturidade os clientes no mercado. É um dos colunistas do RH Pra Você. O conteúdo dessa coluna representa a opinião do colunista. Foto: Divulgação.