Como as instabilidades e o medo do futuro afetam o mercado de trabalho e a tomada de decisões
“O futuro a Deus pertence”. Essa é uma frase que escutamos frequentemente. Por outro lado, o ser humano, impulsionado pelo medo do futuro, tem a tendência de querer controlar tudo, já que isso lhe traz uma “aparente” sensação de segurança.
Vivemos tempos marcados por incerteza, ambiguidade e complexidade. E o medo, nesse contexto, é uma emoção presente em todos — inclusive em líderes e CEOs. A instabilidade econômica e geopolítica, somada à velocidade das transformações tecnológicas, torna cada decisão um campo minado de dúvidas. A confiança geral diminui, enquanto a ansiedade cresce.
Neste cenário, para tomar melhores decisões, a liderança necessita ter clareza de seu propósito, visão e estratégia. Além disso, é essencial investir tempo para estudar as tendências do contexto organizacional, econômico, político, social e tecnológico, presentes e futuras, e como elas podem estar efetivamente impactando o negócio. Esse olhar amplo e sistêmico, integrado a uma leitura crítica do presente, não garante respostas definitivas, mas amplia a clareza sobre riscos, recursos e possibilidades.
Consciência e Intencionalidade
Estudos feitos pelo CCL (Center for Creative Leadership) mostram que líderes e equipes que gerenciam conscientemente e intencionalmente as tensões e polaridades do mundo atual têm mais sucesso em navegar pelo mar de incertezas e contradições.
São dualidades como:
- integrar longo prazo e curto prazo,
- coordenação centralizada e iniciativas descentralizadas,
- continuidade e transformação organizacional,
- foco no resultado e no ambiente organizacional,
- foco no resultado e tarefas e nas pessoas,
- reduzir custos e inovar,
- competir e colaborar no mercado.
É a partir da análise e integração desses elementos aparentemente contraditórios, que líderes organizacionais podem melhor entender o que está ao seu alcance para ser gerenciado, o que podem influenciar e o que não controlam e eventualmente necessitarão mitigar, pelos riscos envolvidos.
O fim do líder-herói
Diante destes desafios a ansiedade e medo fazem parte do ser líder, inclusive para CEOs, sem que isso seja um sinônimo de fraqueza. É apenas uma reação do ser humano face a ameaças e ao desconhecido. Estes sentimentos até um certo nível dão um senso de urgência saudável. Frequentemente, acreditando que precisam ter todas as respostas, os CEOs e líderes organizacionais tendem a se isolar.
Por conseguinte, essa postura geralmente aumenta a ansiedade deles e de suas equipes. No entanto, lideranças que optam por não se isolar e compartilham, de maneira aberta e colaborativa, suas percepções e desafios com seus pares e times. Dessa forma, conseguem potencializar a inteligência coletiva e promover um ambiente mais integrado. E é daí que surgem decisões mais eficazes.
Em paralelo, a moral e o engajamento das equipes são afetados pelo humor dos líderes. Em um cenário onde tudo “parece ser” urgente, muitos gestores acabam transmitindo às suas equipes uma ansiedade generalizada. Além disso, por vezes passam até uma certa culpa, como se os resultados da empresa dependessem exclusivamente dos colaboradores. Assim, cria-se um ambiente de pressão constante, que pode impactar negativamente a produtividade e o bem-estar.
Liderança colaborativa e inteligência emocional no século XXI
Nessas horas, a inteligência emocional do líder é fundamental: perceber e gerenciar suas emoções, assim como as dos outros, é uma competência estratégica. Não é pintando cenários “catastróficos”, nem cenários “cor de rosa” que as equipes se alinham e engajam.
Líderes que partilham a realidade tal como ela é, com confiança e humildade, demonstram ser mais eficazes em manter as equipes alinhadas e focadas. Consequentemente, conseguem criar um ambiente de colaboração e superação. Ademais, tais líderes evitam paralisar as ações de suas equipes com o receio do desconhecido.
O tempo do “líder herói”, que chegava montado em um cavalo branco para resolver tudo sozinho, está ficando para trás. Hoje, o que se constrói é um novo paradigma: o da liderança compartilhada, colaborativa, que distribui responsabilidades, promove diálogo e fortalece decisões coletivas. Esse modelo equilibra melhor o peso sobre os ombros dos líderes e aumenta a capacidade de lidar com a complexidade dos tempos atuais.
Por Susana Azevedo, graduada em engenharia mecânica no Instituto Superior Técnico, em Lisboa, começou a carreira como líder de equipe de operações na Autosil, empresa de baterias de arranque em Portugal. Com experiência de mais de 10 anos em coaching e facilitação, tanto presencial quanto virtual, desenvolve programas para desenvolvimento profissional e mudanças organizacionais, integrando competências técnicas, de gestão e liderança.
🎧 Ouça o episódio 149 do Podcast RH Pra Você Cast:
“Líder, já colocou a empatia no seu currículo?“
Empatia na Liderança: acima de tudo desenvolva Essa Habilidade Essencial
Busque uma Gestão Humanizada
Assim, no episódio 149, vamos explorar a pergunta: “Líder, já colocou a empatia no seu currículo?”. Pois à medida que o perfil das lideranças passa por transformações, a empatia emerge como uma habilidade-chave, também fundamental para a motivação de colaboradores. Mas o que realmente significa ser um profissional empático na prática?
Desvendando a Empatia
Conversamos com Vivian Laube, Especialista em Liderança e Comportamento Organizacional, e Priscila Monaco, Diretora Senior de RH da Visa, para entender como desenvolver essa habilidade essencial. Analogamente, a pandemia e os períodos de crise também destacam a importância das soft skills no ambiente corporativo.
O Papel do RH na Cultura Empática
Descubra como o RH pode contribuir para que a empatia faça parte da cultura da empresa e para a motivação de colaboradores. Em outras palavras, acompanhe essa discussão inspiradora e aprenda a fortalecer sua liderança com empatia.
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