Apesar dos avanços em políticas de diversidade, profissionais 50+ ainda enfrentam barreiras significativas no mercado de trabalho. Preconceitos relacionados à idade, frequentemente embasados em mitos como resistência a mudanças ou dificuldade de adaptação às novas tecnologias, contribuem para o subaproveitamento de uma força de trabalho com alta capacidade estratégica e vasta experiência acumulada. Esses preconceitos geralmente se baseiam na comparação entre gerações e na dificuldade da construção de times intergeracionais. Mas será que elas fazem sentido?
Por quase três décadas, atuei na liderança de RH em uma empresa tradicional. Recentemente, migrei para o universo das startups, onde acompanho de perto a oferta de soluções em gestão de pessoas para negócios em crescimento.
Essa transição me permitiu observar, relação aos times intergeracionais, como profissionais 50+ e os mais jovens lidam com diferentes dinâmicas organizacionais.
Algo ficou evidente para mim: embora muitos insistam em tratar o tema de gerações como um conflito — jovens inovadores versus veteranos ultrapassados —, essa visão não poderia estar mais equivocada.
O que percebo no dia a dia é que todas as gerações compartilham desejos semelhantes: reconhecimento, equilíbrio entre vida pessoal e profissional e oportunidades de crescimento. O que muda, de fato, é o formato.
Enquanto os mais jovens valorizam relações mais informais, os mais experientes preferem processos mais estruturados. Ambos, porém, buscam o mesmo objetivo: sentir que fazem parte de algo significativo.
Cabe às empresas ajustar seus modelos para atender às necessidades de cada perfil. Isso não exige reinventar a roda, mas sim ser flexível e atento às individualidades.
Olhar atento aos profissionais 50+
Para aproveitar plenamente o potencial dos 50+, as organizações precisam adotar práticas concretas que incentivem sua inclusão e desenvolvimento. Investir na capacitação desses profissionais não apenas aumenta sua produtividade, mas também fortalece a criação de times intergeracionais e suas conexões, promovendo um ambiente de trabalho mais colaborativo. Isso beneficia os colaboradores e os negócios.
Um estudo da Harvard Business Review mostrou que equipes compostas por diferentes gerações têm melhor desempenho na resolução de problemas, graças à combinação de múltiplas perspectivas e habilidades complementares.
Além disso, no Brasil, o envelhecimento da população torna ainda mais urgente integrar profissionais mais velhos ao mercado de trabalho. Dados do IBGE indicam que, até 2040, 57% da força de trabalho brasileira terá mais de 45 anos. Ignorar essa tendência demográfica pode significar perder uma vantagem competitiva no longo prazo.
A ideia de que “o tempo dos profissionais 50+ já passou” é um mito que precisa ser derrubado. Não existe “seu tempo” ou “meu tempo”. O tempo é agora, e ele pertence a todos que estão no mercado de trabalho, independentemente da idade.
Cabe às lideranças reconhecer que o sucesso de uma organização depende da capacidade de combinar diferentes forças. E, nesse sentido, os 50+ são indispensáveis. O futuro do trabalho será intergeracional. Resta saber quais empresas estão prontas para aproveitar essa oportunidade.
Por Marcus Vaccari, sócio e board member da Triven.
🎧 Ouça o episódio 143 do RH Pra Você Cast: “Inclusão 50+: Oportunidades e Desafios para o Futuro do Trabalho”
O episódio 143 do RH Pra Você Cast mergulha no tema da inclusão etária no ambiente profissional e a construção dos times intergeracionais. Com o título provocativo “Inclusão 50+, bom para o presente e para o futuro (de todos nós)”, exploramos como a coexistência de diferentes gerações pode ser uma força motriz para empresas e profissionais.
O Dilema das Gerações
- O Questionamento Pessoal: Imagine-se daqui a cinco ou dez anos. Essa reflexão, frequentemente feita em processos seletivos, não é simples. Especialmente para o público 50+, que enfrenta estereótipos e incertezas quanto ao futuro profissional.
- O Choque Geracional: Pesquisas indicam que a interação entre gerações é benéfica para todos. Contudo, como garantir que os profissionais mais experientes não sejam deixados para trás?
Mudando o Panorama
- Inclusão como Prioridade: Precisamos mudar a narrativa, pois a inclusão de profissionais 50+ não é apenas uma questão de justiça social. Inegavelmente é também estratégica para as empresas.
- Vantagens da Mescla Geracional: A diversidade etária traz criatividade, resiliência e diferentes perspectivas. Como podemos aproveitar esses benefícios?
Conversa com um Especialista
Neste episódio, tivemos a honra de entrevistar Mórris Litvak, Fundador e CEO da Maturi. Com efeito, ele compartilhou insights sobre como desenvolver mecanismos de inclusão e promover um ambiente de trabalho que valorize todas as idades.
🎧 Clique no app abaixo e ouça o episódio completo! Descubra como a inclusão 50+ é uma oportunidade para todos nós construirmos um futuro profissional mais rico e diversificado.
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