Sabemos que o etarismo é um problema que vem assolando diversas empresas, não só no Brasil, como no mundo inteiro. Esse etarismo atinge tanto as pessoas mais velhas, onde muitos acreditam que precisam se aposentar e deixar de trabalhar, como as pessoas mais novas, que são descredibilizadas pela pouca idade e falta de experiência. No entanto, o que tenho observado com uma certa frequência é um etarismo velado. Mas o que seria isso?

Os líderes promovem o etarismo velado quando não admitem suas atitudes preconceituosas e utilizam meios sutis para evitar serem percebidos e criticados pelos demais. Ou seja, é uma discriminação com a idade de um colaborador, mas de uma maneira disfarçada, muitas vezes por meio de brincadeiras, conselhos ou alertas, que constragem quem está no alvo.

Desafios do etarismo velado no mercado de trabalho

Isso pode ser até mais problemático quanto o etarismo que é escancarado. Afinal, quando um gestor resolve culpar ou criticar algum integrante do time justificando que a razão é a idade, está expondo que considera o indivíduo em questão ou velho ou novo demais para estar naquele ambiente, deixando claro para todos o seu posicionamento. Porém, quando acontece de forma velada, é mais difícil de combater.

Vejo muitos jovens recém-formados que passam por essa situação: quando finalmente conseguem uma posição, acabam sendo discriminados indiretamente pela pouca idade, por não terem experiência e até por serem imaturos, o que é normal para quem está ingressando no primeiro emprego formal. Porém, esses jovens conseguem se recolocar no mercado de trabalho com uma facilidade maior que os mais velhos, que sofrem ainda mais.

Uma pesquisa realizada pelo Grupo Croma aponta que 86% da população acima dos 60 anos já enfrentou preconceito no mercado de trabalho. Esse dado foi baseado em informações da Oldiversity.
Independentemente de suas habilidades e experiências, esses profissionais continuam sendo marginalizados. Além disso, observa-se que a idade que sofre preconceito no trabalho está diminuindo cada vez mais.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pessoas acima de 50 anos representam mais de 25% da população brasileira. No entanto, apenas 5,6% das empresas afirmaram ter contratado profissionais nessa faixa etária.

Liderança e o poder dos times intergeracionais

Devemos combater todo tipo de prática de etarismo – velado ou não – dentro das empresas. Acho isso essencial. Os líderes devem conscientizar-se sobre os impactos negativos desse comportamento. Além de errado, o etarismo prejudica os colaboradores, afetando tanto sua vida profissional quanto pessoal. Ele faz com que os trabalhadores sintam que estão no lugar errado e que não possuem qualificação suficiente para ocupar suas posições.

Cabe ao líder entender que times intergeracionais representam o futuro do trabalho, pois possuem força para construir e apresentar resultados maiores e melhores, já que um estará aprendendo com o outro.

Enquanto os mais velhos possuem a experiência, os mais jovens possuem o frescor da novidade. Colocar gerações diferentes trabalhando juntas em prol de um mesmo objetivo pode ser o que falta para o sucesso da empresa.

etarismo_foto do autor

Por Pedro Signorelli, um dos maiores especialistas do Brasil em gestão, com ênfase em OKRs. Já movimentou com seus projetos mais de R$ 2 bi e é responsável, dentre outros, pelo case da Nextel, maior e mais rápida implementação da ferramenta nas Américas.

 



🎧 Ouça o episódio 143 do RH Pra Você Cast:

“Inclusão 50+: Oportunidades e Desafios para o Futuro do Trabalho”

O episódio 143 do RH Pra Você Cast mergulha no tema da inclusão etária no ambiente profissional e a construção dos times intergeracionais. Dessa forma, com o título provocativo “Inclusão 50+, bom para o presente e para o futuro (de todos nós)”, exploramos como a coexistência de diferentes gerações pode ser uma força motriz. Além disso, destacamos o impacto positivo para empresas e profissionais.

O Dilema das Gerações
  1. O Questionamento Pessoal: Imagine-se daqui a cinco ou dez anos. Com efeito, essa reflexão, frequentemente feita em processos seletivos, não é simples. Especialmente para o público 50+, que enfrenta estereótipos e incertezas quanto ao futuro profissional.
  2. O Choque Geracional: Pesquisas indicam que a interação entre gerações é benéfica para todos. Contudo, como garantir que os profissionais mais experientes não sejam deixados para trás?
Mudando o Panorama
  1. Inclusão como Prioridade: Precisamos mudar a narrativa, pois a inclusão de profissionais 50+ não é apenas uma questão de justiça social. Inegavelmente é também estratégica para as empresas.
  2. Vantagens da Mescla Geracional: A diversidade etária traz criatividade, resiliência e diferentes perspectivas. Ademais, como podemos aproveitar esses benefícios?
Conversa com um Especialista

Neste episódio, tivemos a honra de entrevistar Mórris Litvak, Fundador e CEO da Maturi. Com efeito, ele compartilhou insights sobre como desenvolver mecanismos de inclusão e promover um ambiente de trabalho que valorize todas as idades.

🎧 Clique no app abaixo e ouça o episódio completo! Assim, descubra como a inclusão 50+ é uma oportunidade para todos nós construirmos um futuro profissional mais rico e diversificado.

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