Em nossas casas habitam elementos que podem nos ajudar a desenvolver as tão demandadas habilidades socioemocionais. Qual a relação entre a decoração da casa, desempenho profissional, criatividade, capacidade de relação com o outro e de gestão? Depois de anos de estudos, tenho claro que o modo como organizamos, enfeitamos e nos relacionamos com nossas casas influencia quem somos e nos ajuda a entender nosso estágio e desafios em relação às tão buscadas habilidades socioemocionais.
Nossas casas abrigam também possibilidades de melhor desempenho profissional e até mesmo de conquista de mais felicidade.
É esse o tema explorado em meu recém-lançado livro “O designer que habita em nós“. Nele, parto de um fato simples, mas muitas vezes esquecido: nossa relação com o mundo se inicia sempre a partir de uma casa – o útero materno e, na sequência, a primeira moradia física fora do corpo de nossas mães. Por isso, habitar espaços que nos acolham e nos energizem de fato faz a diferença no dia a dia, melhorando nossa relação conosco, com as demais e no trabalho.
Com isso, a decoração – embora vista apenas como o pensar sobre a casa – tem efeitos que vão muito além. Ela pode funcionar como um poderoso aliado na busca pelo autoconhecimento, autodesenvolvimento e criatividade. Abrir mão de seguir o que apontam as fórmulas prontas de decoração e criar espaços pensando em quem somos e como nos vemos no mundo liberta a criatividade. Ver o resultado e a beleza disso, por outro lado, rende felicidade e maior empoderamento, o que reafirma o protagonismo de cada um e nos coloca mais seguros em todas as frentes – das relações pessoais às profissionais.
A casa e sua decoração quando têm capacidade de nutrir seus moradores fazem com que eles se conectem mais fortemente com seu propósito. Qualquer um que vive isso sabe da distinção entre morar em um lugar que têm esse efeito ou numa casa moldada pela estética vigente, despersonalizada. Meu livro nasce justamente para ajudar mais gente a conquistar esse espaço de centramento, amorosidade, aconchego e de entendimento do que somos, do que queremos e valorizamos.
A pandemia nos ajudou a entender essa relação e a ver a casa como um espelho de quem somos. Uma moradia padronizada pode significar que seguimos a vida sem nos conectarmos com nossos desejos pessoais, mas apenas respondendo a demandas dos outros. Já uma casa que nos reflete verdadeiramente nos fortifica e ajuda a ter um olhar mais colaborativo com os demais, a querer deixar nossa marca no mundo, a gerir nossa vida de forma proativa. Que possamos localizar em nossas moradias essa força que pode nos impulsionar a cuidar melhor de nós mesmos, dos nossos desejos e do entorno.
Por Fabio Galeazzo, designer de interiores e pesquisador independente das interfaces de conexão entre as pessoas e os ambientes. Mestre em criatividade e inovação pela Universidade Fernando Pessoa em Portugal, tem MBA em Design Estratégico pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM/SP) e pós-graduação em Psicologia Transpessoal pela Unipaz/SP. É ainda consultor de empresas das áreas de bem-estar, beleza e decoração e mobiliário. O estúdio de design de interiores e desenvolvimento de produtos que dirige foi destacado entre os 100 escritórios criativos mais importantes da América Latina pela revista Architectural Digest.
Ouça o episódio 142 do RH Pra Você Cast, “A busca pelos “talentos verdes” no mercado” com Nelmara Arbex, sócia-líder de ESG Advisory da KPMG no Brasil e na América Latina. Segundo o relatório Global Green Skills 2022, divulgado pelo Linkedin, a participação de talentos verdes na força de trabalho global saltou 38,5% entre 2015 e 2022 – e a tendência é que este número continue crescendo. Para se ter ideia, cerca de 10% dos anúncios de emprego publicados na plataforma, ao longo do ano passado, já exigiam explicitamente pelo menos uma “habilidade verde” dos candidatos. Mas, afinal, o que são essas habilidades? Em quais áreas elas estão presentes? Como se tornar um especialista no tema e como a empresa, e os RHs, podem ajudar os profissionais? Nesse episódio, conversamos com Nelmara Arbex, sócia-líder de ESG Advisory da KPMG no Brasil e na América Latina, sobre o assunto. Acompanhe!
Não se esqueça de seguir nosso podcast e interagir em nossas redes sociais:
Facebook
Instagram
LinkedIn
YouTube
Capa: Depositphotos