O impacto das conexões sociais no combate ao burnout no ambiente corporativo
O burnout, reconhecido pela Organização Mundial da Saúde como um fenômeno ocupacional, vai muito além do esgotamento físico e mental, pois afeta profundamente as conexões sociais das pessoas.
A ausência de apoio social no ambiente corporativo está fortemente relacionada com maiores taxas da doença, menor satisfação profissional e queda na produtividade. Segundo a American Psychological Association, lugares que promovem suporte social efetivo tendem a mitigar esses efeitos negativos.
A solidão no trabalho não é apenas uma questão emocional. Com efeito, é também de desempenho e estudos publicados na Harvard Business Review mostram uma relação importante entre sentimentos de solidão e exaustão no trabalho.
Importância do suporte e laços sociais no combate ao burnout
Colaboradores solitários tendem a se desligar de suas tarefas, criando um ciclo vicioso que alimenta ainda mais o isolamento e o esgotamento. Além disso, para romper esse ciclo, é necessário que as organizações fomentem laços sociais sólidos e que líderes demonstrem cuidado genuíno com suas equipes.
A liderança é extremamente importante quando o assunto é a prevenção do burnout.
De acordo com pesquisas da Gallup, a falta de suporte da gerência e comunicação ineficaz estão altamente associadas ao esgotamento dos trabalhadores.
Além disso, quando eles percebem que seus gestores se importam com seu bem-estar, há uma redução de cerca de 70% na probabilidade de experimentarem a síndrome. Portanto, é crucial que as empresas melhorem o suporte gerencial e a comunicação para diminuir os casos de esgotamento.
Os líderes que oferecem suporte psicológico atuam como um “amortecedor”, promovendo resiliência entre os membros da equipe.
A desconexão social no meio profissional não afeta apenas o indivíduo, mas também a cultura organizacional. Consequentemente, ambientes onde os colaboradores se sentem isolados ou desvalorizados tendem a apresentar maior rotatividade e menor engajamento.
Iniciativas para combater o burnout e a solidão no trabalho
Para combater isso, é necessário que as empresas invistam em iniciativas de equilíbrio e saúde que promovam, além da inclusão, um sentimento de pertencimento. Ademais, é fundamental que as organizações assegurem que todos se sintam vistos e apreciados.
A pandemia de COVID-19 exacerbou os desafios relacionados ao burnout e ao isolamento social. Além disso, com o aumento do trabalho remoto, muitos enfrentaram dificuldades em estabelecer limites entre vida pessoal e profissional, intensificando sentimentos de solidão.
Há diversos estudos que indicam que a falta de interações presenciais pode amplificar o estresse e o esgotamento. Por isso, torna-se imperativo que as organizações implementem estratégias para manter a coesão das equipes mesmo à distância.
O burnout transcende o cansaço físico: ele corrói as conexões sociais que são vitais para a saúde mental e o sucesso profissional. Empresas que reconhecem e abordam esses desafios, promovendo ambientes de trabalho solidários e conectados, não apenas protegem seus funcionários, mas também fortalecem sua própria sustentabilidade e eficácia no mercado competitivo atual.
Por Eduarda Camargo é Chief Growth Officer da Portão 3 (P3), uma plataforma de gestão de pagamentos para mais de 3000 empresas da América Latina.
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Pesquisas Alarmantes sobre a Saúde Mental no Brasil
Não é difícil encontrar pesquisas e relatórios com estatísticas alarmantes sobre a saúde mental do profissional brasileiro. Seja por questões pessoais ou acontecimentos no trabalho, índices de depressão, ansiedade e tristeza são altos. Esses fatores colocam o Brasil em posições preocupantes nos rankings de incidência. Além disso, com o burnout, o panorama não é diferente.
Mudando o Cenário da Saúde Mental no Trabalho
É possível mudar esse cenário? Sim, é possível. Mas, o que fazer? A psicóloga clínica e organizacional Rosalina Moura, colunista do RH Pra Você, traz um olhar humano à situação. Inegavelmente é um papo obrigatório para todo gestor, líder e profissional de RH, pois Rosalina oferece insights valiosos. Confira!
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